sexta-feira, 9 de junho de 2006

Confesso que não li

Ok, espera-se que um profissional de letras tenha lido algumas coisinhas básicas. Mas devo confessar, embora me envergonhe, que não li as seguintes obras, consideradas de leitura obrigatória, apesar de saber tudo sobre muitas delas:

- Grande Sertão: Veredas, G. Rosa;
- Quincas Borba, Machado de Assis;
- Dom Quixote, Cervantes;
- A divina comédia, Dante Alighieri;
- Decamerão, Boccaccio;
- Os Lusíadas, Camões;
- Hamlet, Shakespeare;
- A náusea, Sartre;
- Assim falou Zaratustra, Nietzsche;
- O processo, Kafka;
- Crime e castigo, Dostoievski;
- Édipo Rei, Sófocles;
- Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre;
- Viva o povo brasileiro, J. Ubaldo Ribeiro;
- O cortiço, Aluísio Azevedo;
- O Ateneu, Raul Pompéia;
- Senhora, José de Alencar;
- Os sertões, Euclides da Cunha;
- O auto da barca do inferno, Gil Vicente;
- Rayuela, J. Cortázar;

Vou parar por aqui, com vergonha de continuar. Não estou considerando que, de muitas dessas obras, li trechos isolados, às vezes capítulos inteiros. É tudo ou nada. Fique subentendido que já li qualquer outra obra que não conste da lista. Mentira, tem mais uma porrada de livros que enfeitam minha estante há anos.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Subemprego

Hoje passei por uma rua da cidade e vi uma cena até então inusitada. Um outdoor humano. Digo, um outdoor normal, mas com um patamarzinho e, lá em cima, uma pessoa. Pior: duas! Se abraçando, fingindo namoro, falando ao celular. Propaganda de operadora de celular, preparando as enganações do dia dos namorados. Fiquei sabendo, depois, que é comum, por exemplo em São Paulo, mídia humana. Assim: o cara passa o dia lá no alto, falando no celular e fingindo namorar. Inevitavelmente, pensei: que empreguinho de merda, hein?! Depois lembrei de quando eu comecei a trabalhar, num cursinho, como monitor e auxiliar de serviços gerais, desde digitar, formatar, encher saco de professor pra entregar material, até carregar caixa e fazer cara de paisagem pros alunos durante o intervalo. Virei um monte de noite lá editando apostila e simulado que os putos dos professores entregavam atrasado. Ganhava cento e cinquenta mirréis por mês, e achava bom. Comecei de baixo. O casal do outdoor começou de um patamar mais alto, se me desculpam o trocadilho infame, mas continuo perplexo: como alguém pode se conformar com um trabalhinho desses?
Depois pensei: hoje sou professor e revisor de texto. Trabalho de 7 da matina às 7 da noite, sem horário de almoço. Devia estar rico. Mas este mês, pela terceira vez consecutiva, as contas da casa vão para o sorteio: vamos ver se desta vez a dona do meu apê dá sorte e eu pago o aluguel.

Está tudo errado neste mundo.

Bom, uma dose de bom humor: coincidentemente, achei hoje um blogue ótimo, uma pena que encerrado: chama-se "73 subempregos". Já ri até doer o queixo. Leia desde o começo.

domingo, 4 de junho de 2006

Conto novo

Ok, postar um conto semanal vai se tornar, daqui para frente, uma tarefa complexa. Vou ter que voltar a produzir, porque os mais recentemente escritos já se esgotaram. Sobram milhares de historinhas velhas, que escrevi durante minha angustiada adolescência, em que escrever foi a primeira maneira que encontrei de me fazer notar, na escola etc. Mas agora, que estou velho e alquebrado (e me sentindo menos insignificante diante da humanidade), tenho produzido pouco, sobretudo quanto à poesia.

Claro que o leitor não quer saber dos meus problemas pessoais, quer é ler bons contos. Portanto, enquanto não sai nada novo, postei um velhinho, bem velhinho, escrito lá se vão quase dez anos, mas é bom. Ao menos, gosto dele. Aqui, ó.